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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

José Saramago em Ensaio sobre a Lucidez



Sobre o número da grave geral de ontem

"Se ainda cá estivessem os aritméticos da polícia diriam que, ao todo, não eram mais de cinquenta mil pessoas, quando o número exacto, o número autêntico, porque o contámos todas, uma por uma, era dez vezes maior."


Sugestões de leitura e citações de livros de Saramago:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/search/label/Jose%20Saramago

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Gabriel García Márquez em Cem Anos de Solidão

   


Infelizmento, tanto nas guerras como na política só se luta pelo pode...

      “- Quer dizer – sorriu o coronel Aureliano Buendía quando terminou a leitura – que só estamos a lutar pelo poder.
            - São reformas tácticas – replicou um dos delegados. – Por agora, o essencial é dilatar a base popular da guerra. Depois se verá.
            Um dos assessores políticos do coronel Aureliano Buendía apressou-se a intervir.
            - É um contra-senso – disse. – Se estas reformas são boas, quer dizer que o regime conservador é bom. Se com elas conseguimos dilatar a base popular da guerra, quer dizer que o regime tem uma imensa base popular. Quer dizer, em resumo, que durante quase vinte anos estivemos a lutar contra os sentimentos da nação.
            Ia prosseguir, mas o coronel Aureliano Buendía interrompeu-o com um gesto. «Não perca tempo, doutor», disse. «O que importa é que a partir deste momento só lutamos pelo poder.»(…)
            (…) Os seus homens entreolharam-se consternados.
            - Perdoar-me-á, coronel – disse suavemente o coronel Gerineldo Márquez -, mas isto é uma traição.
            O coronel Aureliano Buendía deteve no ar a pena já com tinta e descarregou sobre ele o peso da toda a sua autoridade.
            - Entregue-me as suas armas.
            (…)
            - Fica à disposição dos tribunais revolucionários.”

Sugestões de leitura e citações de livros de Gabriel García Márques:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/search/label/Gabriel%20Garc%C3%ADa%20M%C3%A1rquez

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Madeira: um deputado vota por 25

Parece que na Madeira um deputado pode agora votar por 25.
Deste já aplaudo está medida, os deputados do PSD Madeira estão sempre muito ocupados com os seus negócios particulares, os orçamentos que as suas empresas têm de dar para as obras serem adjudicadas por ajuste directo retiram-lhes muito tempo, além disso, têm que ter férias como qualquer cidadão nacional, por isso temos que ser solidários e compreender a medida.
Qualquer dia o parlamento da madeira vai aprovar uma lei, onde apenas seja legal existir um partido político, para não haver surpresas.
Se alguma coisa que disse em cima for mentira, também não faz mal. O deputado do PSD Madeira disse em pleno plenário que esta medida (de um deputado poder votar por outros) era actualmente aplicada no parlamento europeu, o que é mentira. Mas também o que podemos esperar de um político que não seja a mentira?


Desenvolvimento da noticia:
http://www.tvi24.iol.pt/politica/madeira-psd-deputados-tvi24/1301636-4072.html


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ética para o Novo Milénio - Dalai Lama

Tenzin Gyatso, é o 14º Dalai Lama. Líder espiritual dos Tibetanos, sempre lutou pela autonomia do Tibete, contudo, defendeu uma luta através de processos pacíficos. O seu trabalho na defesa da paz é reconhecido à escala global, em 1989 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz e conta com mais de 100 títulos Honoris causa. “Ética Para o Novo Milénio” é para muitos um dos seus livros mais marcantes.
Uma das respostas que o ser humano sempre procurou é “como ser feliz”. Segundo o autor, existe uma grande confusão no ser humano, que o faz pensar que é através dos bens materiais que conquista a felicidade, no entanto, a felicidade conquista-se através da compaixão, do amor, da paciência, da tolerância, da noção de responsabilidade e da harmonia, entre outros factores.
No mundo ocidental são cada vez mais os que recorrem a tranquilizantes, em contrapartida, nas sociedades menos desenvolvidas esse tipo de fármacos não é tão procurado e as pessoas tendem a ser mais felizes. Para Dalai Lama este aspecto deve-se, sobretudo, ao facto de dedicarem mais tempo uns aos outros.
Para o monge budista, mais importante do que ser um crente religioso é ser um bom ser humano. “Ética Para o Novo Milénio” não impõe uma prática diária como alguns tipos de livros de auto-ajuda, Tenzin Gyatso afirma que, também ele, algumas vezes tem comportamentos pouco éticos. É sim, um livro que nos ensina a sermos melhores e, com isso, mais felizes.
Boa leitura…

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Afinal a crise não existe...

Pagamos mais de um milhão para o Queiroz ir embora, ouve quem disse-se que nunca mais lá íamos, ouve o caso do desertor/mercenário, ouve ainda quem afirma-se “É pá, não estás a treinar os juniores.”
Mas ontem parece que não havia crise, voltou a haver orgulho em ser português, a Portuguesa foi cantada várias vezes, e sempre de uma forma muito sentida.
No tempo de Salazar Portugal era Fado, Fátima e Futebol, agora o que será?

Saramago completava hoje 89 anos...


Estou a ler o Ensaio Sobre a Lucidez, cada vez tenho mais a certeza de uma coisa: Saramago não tem bons livros, ou são muito bons, ou simplesmente são obras de arte.
Este pequeno video bem podia servir de introdução ao Ensaio Sobre a Lucidez.

Sugestão de leitura e citações de livros de Saramago:

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sobre O Quarto de Jack de Emma Donoghue

O Quarto de Jack tem sido até ao momento uma tremenda desilusão. Quando o comprei, nunca tinha ouvido falar da escritora, mas a obra tinha sido finalista do Man Booker Prize e do Orange Prize. Na capa, Michael Cunningham afirma que " o Quarto de Jack é uma raridade, uma completa e original obra de arte", pois bem, estou a meio do livro e ainda não vi nada, a continuar assim é um livro de 6-7 valores.
Geralmente só faço comentários aos livros depois de os acabar, pois já tive surpresas nas ultimas páginas, será este um deles?

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aravind Adiga em O Tigre Branco

O corpo dum homem rico é como uma almofada de algodão da melhor qualidade, branca, macia e sem marcas. Os nossos são diferentes. A coluna vertebral do meu pai era corda cheia de nós, do género do que as mulheres usam nas aldeias para tirar água dos poços; as clavículas descreviam uma curva em alto-relevo à volta do pescoço, como uma coleira de cão; golpes, incisões e cicatrizes, como pequenas mascas deixadas por um chicote, percorriam-lhe o peito e a cintura, chegando-lhe abaixo dos ossos da bacia até às  nádegas. A história dum homem pobre está-lhe escrita no corpo, com uma caneta de ponta aguçada. 

Sugestão de leitura de O Tigre Branco de Aravind Adiga:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/2011/04/aravind-adiga-o-tigre-branco.html

domingo, 6 de novembro de 2011

Albert Camus em O Estrangeiro





Depois do almoço aborreci-me um pouco e vagueei pela casa. Quando a mãe cá estava era comodá. Agora é grande de mais para mim...




Sugestão de leitura de O Estrangeiro de Albert Camus:
http://sugestaodeleitura.blogspot.com/search/label/O%20Estrangeiro

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Daniel Sampaio - Da Família, da Escola, e Umas Quantas Coisas Mais

“Da Família, da Escola e Umas Quantas Coisas Mais” é o vigésimo livro de Daniel Sampaio. Natural de Lisboa, formou-se em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Desde 2008 que é Professor Catedrático de Psiquiatria e Saúde Mental nessa faculdade. Neste novo livro reúne um conjunto de crónicas originalmente publicadas na revista Pública em que o tema central é a família, a escola e a cidadania.
“Não pretendo ser neutro, nem busco consenso a todo o custo. Defendo a necessidade de nos preocuparmos com o que nos rodeia, com especial atenção para os que estão mais próximos, sobretudo se forem mais vulneráveis.
É sobretudo das pessoas mais próximas que o psiquiatra fala-nos, assim sobre as crianças, afirma que devem praticar desporto, mas ressalva: “ o desporto apenas se recomenda, não se pode impor (…) outras crianças preferem desenhar ou aprender música, não faz sentido obriga-las a jogar à bola.” Desaconselha a televisão nos quartos, (“nunca deverão estar no quarto dos mais pequenos”), diz não haver a necessidade de comprar brinquedos caros pois “as crianças preferem o faz-de-conta” além disso, “a exploração do território fora de casa promove a autonomia e a autoconfiança e a sujidade nas roupas não é factor de risco”.
Sobre a escola diz que os pais devem educar “ sempre com esperança e orgulho nos filhos, mas procurando nunca criar expectativas irrealistas ou traçar metas que não dizem respeito aos interesses das crianças.” Diz que a família não é uma democracia, mas “um espaço de crescimento emocional onde cada um tem o direito de falar ou ficar calado, e todos têm o dever de pensar no cuidar e bem-estar do outro.”
Ainda aborda temas como a internet; o controlo parental; os rituais familiares; o bowling; os chumbos na escola, as depressões e a democracia.
Boa leitura…